A adolescência é um período marcado por intensas transformações físicas, emocionais e sociais. Para adolescentes atípicos — como aqueles no espectro autista ou com outras condições do neurodesenvolvimento — essa fase pode trazer desafios ainda mais complexos, exigindo atenção especial da família e dos profissionais que os acompanham.
Por que a puberdade pode ser mais desafiadora para adolescentes atípicos?
As mudanças hormonais afetam o corpo e o comportamento, mas para adolescentes neurodivergentes, elas se somam a dificuldades de comunicação, rigidez cognitiva, sensibilidade sensorial e limitações nas habilidades sociais. Isso pode gerar sentimentos de confusão, ansiedade ou isolamento.
Durante a puberdade, estes adolescentes podem enfrentar dificuldades adicionais, como:
- Declínio em habilidades de linguagem e sociabilidade previamente adquiridas
- Aumento da ansiedade e sintomas depressivos devido à maior consciência de suas diferenças sociais
- Dificuldades em compreender e lidar com as mudanças corporais e emocionais
Além disso, muitos adolescentes autistas têm dificuldades em reconhecer e expressar emoções, o que pode tornar o processo ainda mais difícil de ser compreendido e enfrentado.
Como oferecer apoio nessa fase?
Ouça com empatia e sem julgamento: nem sempre o adolescente saberá explicar o que está sentindo. Estar presente, acolher e validar suas emoções é um passo essencial.
Eduque de forma clara e visual: explicações sobre o corpo, a sexualidade e as emoções devem ser adaptadas, utilizando recursos visuais e linguagem simples, respeitando o nível de compreensão de cada um.
Promova segurança emocional e rotina estável: a previsibilidade ajuda a reduzir a ansiedade. Pequenas adaptações na rotina e antecipações das mudanças ajudam o adolescente a se sentir mais no controle.
Conte com apoio multiprofissional: psicólogos, terapeutas ocupacionais e profissionais especializados em sexualidade e adolescência atípica são aliados importantes nesse processo.
A puberdade é uma etapa natural do desenvolvimento, e com o suporte adequado, adolescentes autistas podem passar por essa fase com mais confiança e bem-estar.